Como é o processo de desenvolvimento dos lubrificantes industriais?
Na indústria, o óleo lubrificante é feito tendo como base, em cerca de 95% dos casos, o óleo mineral derivado do petróleo. Confira o processo:
- O óleo “cru” chega à refinaria, onde as impurezas são removidas e as moléculas são separadas por tipo de tamanho;
- O óleo básico (mineral, vegetal ou sintético) vai para o misturador de óleo, em que recebe aditivos de fornecedores de químicos e de pacotes de aditivos;
- Todas essas substâncias são colocadas no misturador de óleo;
- Ao final do processo, o lubrificante industrial é envasado em tambor, semigranel ou caminhão.
Riscos de adquirir óleo lubrificante de má procedência
- Precipitação de aditivos;
- Perda das propriedades emulsificantes;
- Perda de desempenho antidesgaste;
- Perda da estabilidade à oxidação;
- Perda da estabilidade de armazenamento.
Propriedades dos lubrificantes
De acordo com as características que o óleo lubrificante apresentar, é possível atestar a qualidade do produto. Confira:
- Alta resistência ao cisalhamento: indica que sua viscosidade está estável, como óleos minerais multigraus;
- Alto índice de viscosidade: significa que funciona como um óleo que apresenta níveis diferentes de viscosidade, podendo ser usado em diversas temperaturas;
- Estabilidade à oxidação: indica que a extensão de vida útil do óleo é satisfatória, sendo resistente a condições severas;
- Estabilidade térmica: demonstra que não se degrada em altas temperaturas, ou seja, além de lubrificar componentes, protege as máquinas e ferramentas;
- Maior ponto de fulgor: indica excelente resistência ao fogo e boa estabilidade térmica;
- Melhor detergência e capacidade de dispersão: ajuda a manter as superfícies livres de depósitos;
- Menor atrito: significa que consome menos energia;
- ponto de gota: representa o momento em que o lubrificante passa do estado pastoso para o líquido. Um bom ponto de gota apresenta maior resistência ao fogo e boa estabilidade térmica.
A importância da realização de amostragens
A amostragem de óleo lubrificante tem três principais objetivos:
- Remoção de contaminantes, que são agregados ao lubrificante e removidos no momento da troca;
- Identificar informações do lubrificante que indiquem contaminação ou desgaste da máquina;
- Realizar análises de acordo com a frequência indicada.
Amostragem de acordo com a utilização do lubrificante
Para que a amostragem ocorra de forma adequada, é preciso saber como realizar a coleta do material:
- Sistemas circulatórios de depósito úmido: a coleta deve ser feita depois da bomba e antes do filtro.
- Em cárter: fazer a amostragem na “zona viva”, evitando o dreno ou a vareta do cárter;
- Sistemas circulatórios de reservatório seco: a amostragem deve ser feita no retorno ou drenos pressurizados;
- Sistema Circulatório de Lubrificação Forçada: deve ser feita a amostragem de material coletado antes e após passar pelo tanque.
Como a lubrificação industrial acontece?
Basicamente, há 5 métodos de aplicação de lubrificantes industriais. São eles:
1. Lubrificação por contato deslizante
A lubrificação por contato deslizante pode ser utilizada em: mancais, eixos deslizantes e contatos laterais de anéis.
Com esse tipo de lubrificação, a cunha de óleo proporciona flutuação hidrodinâmica, aumentando a película lubrificante e, com isso, a otimização da velocidade, resfriamento do óleo e redução de carga.
2. Lubrificação por contato de rolamento
O lubrificante é utilizado em rolamentos, eixo de cames e engrenagens em sua linha de contato.
Os elementos rolantes e a superfície de rolamento (pista) se formam elasticamente para permitir uma maior superfície de contato.
Se for preciso dobrar a espessura da partícula de óleo, por exemplo, será necessário aumentar a viscosidade em 4 vezes.
3. Lubrificação por sistema forçado
Esse sistema demanda um esquema de lubrificação contínua. Geralmente, o lubrificante é bombeado aos rolamentos e engrenagens, voltando ao tanque graças à gravidade.
Na lubrificação por sistema forçado, a temperatura, limpeza e quantidade de abastecimento podem ser controlados, e as trocas de óleo acontecem com base na condição.
Representa riscos mínimos de partida a seco e tem potencial para reconstrução de aditivos.
4. Lubrificação por salpico
Na lubrificação por salpico, os dentes das engrenagens ou projeções rotatórias se submergem no recipiente e salpicam o óleo nas partes que precisam receber o lubrificante ou nas paredes da caixa, onde estão as guias que canalizam o fluxo de lubrificante até os rolamentos.
5. Lubrificação por névoa
Na lubrificação por névoa, há duas possibilidades:
Névoa pura: usada com rolamentos; não se mantém o nível de óleo na caixa de rolamentos e é a própria névoa que realiza a lubrificação; não necessita de inspeção ou troca de óleo no depósito.
Névoa de purga: o óleo é mantido no depósito e é o próprio óleo que efetua a lubrificação, e não a névoa; costuma ser o método utilizado em caixas de engrenagens e mancais de bucha; oferece limitação à entrada de contaminantes; a névoa de abastecimento é constantemente injetada no depósito.
Por que é importante lubrificar as máquinas industriais?
Aumento da segurança
Peças e superfícies bem lubrificadas tendem a durar mais tempo e operar de forma mais segura, de acordo com os padrões de qualidade determinados pelos fabricantes.
Com equipamentos mais seguros, a equipe trabalha melhor sabendo que corre menos riscos de acidentes.
Mais produtividade
A lubrificação influencia diretamente o nível de produtividade, isso porque permite que as máquinas trabalhem melhor e por mais tempo na fábrica, aumentando a produção sem abdicar da qualidade.
Redução de custos
A redução de custos é decorrente da manutenção das peças. Com a redução do estresse sofrido pelos componentes do maquinário, as chances de riscos e defeitos se tornam menores, além de ter sua utilização prolongada, sem tanta necessidade de troca. Consequentemente, não é preciso investir tanto na compra de novas máquinas, assim como no conserto de avarias.